A música na Índia tem origens ancestrais, pelo menos seis mil anos de trajetória, uma mistura da influência de várias culturas e civilizações. Os arianos – provenientes do ramo asiático da família indo-européia -, ao atingirem o subcontinente indiano, levaram em sua bagagem conhecimentos e ritos posteriormente transcritos nos quatro Vedas, textos em sânscrito que compõem as escrituras sagradas do hinduísmo, contendo cada um deles seu próprio esquema declamatório.
As músicas criadas pelos dravídicos – habitantes do Sul da Índia- associaram-se à sabedoria védica. o paradigma clássico unia a música verbal, conhecida como ‘gita’, a parte instrumental ou ‘vadya’ e a coreografia interpretativa, chamada ‘nrtya’. O budismo contribuiu para a disseminação da produção musical do período cristão, levando consigo seus acordes pelo Tibet, China, Coréia e Japão, bem como pelo Sudeste Asiático, Indonésia, Myanmar e Tailândia.
Ao final do domínio budista e helenismo, que durou de meados de 250 a.C. a 600 d.C., houve um renascimento da musicalidade hindu, em sua natureza sagrada, renovada pela presença de novos recursos instrumentais e de trabalhos mais teóricos. Nesta época surgiram peças famosas, como o Brhaddesi, do século X, e o Sangitaratnakara, de Sarngadeva, que tem papel de destaque na jornada musical da Índia, lançado no século XIII.
A musicalidade árabe desembarcou no solo indiano no século XIV, durante a vigência do Islamismo, conferindo à musica local uma nova vibração, um novo colorido. Mas a queda do império da Mongólia, no século XIX, e a concretização do imperialismo britânico na Índia, desvaneceu-se o antigo brilho da cultura musical. Mesmo assim, pode-se afirmar que a presença da música produzida no Ocidente é quase nula nesta região da Ásia.
Esta concepção temporal reflete diretamente na visão musical, na criação das escalas, na divisão das oitavas, na instituição dos intervalos, no tecer das melodias. A música indiana não segue a convencional percepção ocidental, de começo e fim; ela flui, como se nascesse repentinamente e se esvaísse da mesma forma. Seu sistema melódico atual baseia-se no RAGAS – composto por 5, 6, ou 7 notas ligadas às estações sazonais, às horas diárias, aos sentimentos, às paixões, às castas, entre outros elementos desta cultura. Os principais instrumentos que acompanham as músicas indianas são o sitar, a vina, a flauta de bisel e as tablas. http://www.youtube.com/watch?v=vX5zqXk08xs
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